Na década de 50 do século passado, na Rua Tuiuti, ao lado do Parque do Piqueri, no Tatuapé, meu pai, Savério Andreoli, fazia um grande presépio, visitado pelas pessoas de toda a redondeza e além. Pensando em não deixar morrer essa tradição, desde o ano de 1980, recomecei a fazê-lo.
De lá para cá, ano após ano, eu monto a sua estrutura em madeira, tendo o cuidado de modificá-lo a cada ano, para evitar que ele caia no lugar comum. É um trabalho demorado e de paciência que, depois de terminado, me deixa muito feliz.
Neste ano, por obra do acaso, tive a grata satisfação de ver a sua imagem postada no YouTube, graças à filmagem feita pelo meu amigo Pedro Lemes Filho, criador da “Vídeos Dalana”, uma filmadora responsável pelos vídeos editados da famosa e querida intérprete Lana Bittencourt.
A minha intenção ao realizar o trabalho sempre foi, e continua sendo, a de manter vivo nas pessoas, e principalmente nas crianças, o espírito natalino. Pena que aos poucos essa tradição vem morrendo, uma vez que o Natal a cada ano que passa, vem ganhando fortes indícios de ser mais uma data comercial e de comilança. Todavia, como uma ovelha desgarrada da realidade desse mundo, eu continuo expandido com ele um pouquinho de religiosidade e de paz...
Ao começar a escrever o livro “Patriotuns- protótipo de uma nova raça”, nosanos noventa, eu idealizei criar um personagem capaz de ser o exemplo de caráter para a juventude da época. Diga-se de passagem, uma juventude que, em termos de contestação, não chegaria aos pésdessa de hoje...
Diante dos tristes episódios vividos pela nossa prestigiada Universidade de São Paulo-USP, fonte de tantas ilustres personalidades e orgulhosos anônimos, entre eles a minha esposa Regina (Licenciatura em História) e minha filha Natalie (Bacharelado em Ciências Biológicas), eu não sei se rio ou se choro. Se rio da minha estúpida ingenuidade, ou se choro ao ver o nosso maltratado país, afundar cada vez mais na miséria espiritual. E o pior: começando a degradação moral já na mais tenra idade.
Trazendo o objetivo do personagem-símbolo: Patriotuns, para o cenário atual, será que dentre os milhões de jovens formadores da Nação Brasileira, não surgiriam “seres decentes, que amem os seus semelhantes e que, sobretudo, raciocinem por si sós para não serem enganados por hipócritas, sofistas ou falsos profetas”?
Pergunto eu:
- Onde estão esses jovens aplicados, batalhadores e determinados a erguerem uma nação culta, decente, justa e independente, sonhada por todos? Nafumée (fumaça)???
Sempre ouvi dizer que as idéias movem o mundo. Partidário dessa máxima preparei-me para lançar em grande estilo, na figura do Tiradentes, a idéia da legalização do “voto do avesso”. Isto, no último dia 15 de novembro na Avenida Paulista, palco de mais uma “Marcha contra a corrupção”. Manifestação levada a efeito por um grupo de abnegados brasileiros que ainda acredita nesse “País do futuro” que só está presente no dia-a-dia dos canalhas, dos corruptos, demagogos, egoístas, folgados, pilantras e dos ladrões!
Não contava, porém, com os caprichos de uma sorte madrasta que insiste em acompanhar os passos da minha vida. Veio em forma de uma chuvinha teimosa, que só não afugentou aqueles manifestantes determinados a extravasarem na rua, a sua indignação e revolta! Tive como inimigo, o vento e os dizeres de uma faixa elaborada para causar impacto e despertar a curiosidade para a leitura do panfleto a ser distribuído no ato.
Na verdade, a intenção era mostrar que, enquanto milhares pediam a legalização da maconha e da união homossexual, nós simplesmente pleiteávamos a legalização do voto do avesso. Infelizmente, o resultado foi o inverso do esperado, uma vez que logo duas senhoras afastaram-se de mim horrorizadas eum senhor reagiu com estupidez quando eu, ingenuamente, pedi para ele segurar a dita faixa para ajeitar a barba e a cabeleira que não paravam no lugar. Diante desses episódios vexatórios, recolhi a faixa, pois entendi que eles me tomavam por um defensor da maconha ou por um homossexual. Sem preconceitos.
No entanto, a jornada não foi apenas espinhos. Aos poucos, a quem consegui explicar o nosso objetivo, acharam a idéia inteligente. Sem contar que concedi duas longas “entrevistas”. Uma das quais o entrevistador, no meio da conversa, afastou-se estrategicamente de mim. E, por fim, ainda fui abordado por uma jovem repórter da Rede Globo, interessada em saber a mensagem que eu estava almejando passar.
O objetivo agora é tentar, através da Rede Social ou de qualquer outro meio de comunicação, propagar a idéia, a meu ver, capaz de provocar estragos na vida mansa de quem abusa e denigre a imagem deste nosso país abençoado por Deus...
Só muda a forma e o número de pessoas desonrando a Nação! Fazendo uma comparação da situação de antigamente e aquela que estamos vivenciando agora, podemos entender melhor o “alerta” do manifesto abaixo. Um manifesto escrito e propagado a partir do mês de agosto de 1988, em pleno governo do “ex-presidente” José Ribamar Ferreira de Araújo Costa Sarney...
A nossa intenção ao elaborá-lo foi, e ainda continua sendo a de acordar o brasileiro que vive “deitado eternamente em berço esplêndido ao som do mar e à luz do céu profundo”. No fundo, a dúvida ainda persiste: se nós fossemos formular a mesma pergunta de então:
- “Quem é você brasileiro”?
Qual seria a resposta mais apropriada aomomento atual?
Diógenes foi um célebre filósofo da Grécia antiga, que desprezava as riquezas e convenções sociais e tinha como morada habitual um tonel. Em plena luz do dia, de lanterna acesa na mão, ele procurava homens verdadeiros. Certa vez em Corinto, Alexandre, o Grande, temido conquistador do mundo antigo, perguntando-lhe se desejava algo, ele respondeu: “Sim, que saias da frente do sol!”.
Parodiando o seu comportamento insólito, resolvi, há já algum tempo, sairà procura do “Brasil, o país do futuro” que ouço existir desde a minha tenra juventude. Desta feita, incentivado pela minha amiga Ângela Barea, animei-me a reencarná-lo na “Marcha contra a corrupção” do dia 12 de outubro, na Avenida Paulista, em São Paulo.
No entanto, se eu fosse buscar as raízes desse meu decantado sonho, forçosamente teria de remontar os idos anos setenta na França. Lá, sozinho e às voltas com as dificuldades de adaptação à uma cultura tão diferente, sonhei em ver o nosso país entre as grandes nações do mundo! Lendo o famoso “Livro Vermelho”, do Mao-Tsé-Tung que revolucionava a China naquela época, me propus a escrever algo paralelo para estimular o brasileiro a transformar em realidade essa auspiciosa profecia...
Comecei com o texto abaixo escrito em francês e posteriormente traduzido para o português.
Mais adiante, de volta ao Brasil, transformei o texto no livro “Tratado elementar de política elaborado por um leigo” e passei a escrever cartas, distribuir panfletos, participar e promover passeatas e manifestações, até chegar à este blog, onde mantenho a minha “Tribuna”. Sempre na tentativa desvairada de encontrar esse “País do futuro” que um dia disseram existir...
Mahatma Gandhi foi um dos maiores líderes mundiais. Com a sua determinação, paciência e sabedoria, ele revolucionou a Índia e deixou espalhadas lições de vida a serem seguidas, além do seu marcante exemplo de vida! Nós brasileiros, deveríamos nos espelhar nas suas “7 ameaças à sustentabilidade” para transformar, de verdade, o Brasil em uma nação culta, decente, justa e independente para as próximas gerações. Entre essas ameaças, eu destacaria o Prazer sem responsabilidade. A meu ver, o centro dos grandes problemas nacionais. Basta atentarmos para as conseqüências derivadas desse ato irresponsável praticado por aqueles pais que colocam os filhos no mundo sem qualquer laço afetivo, abandonando-os à própria sorte madrasta.
Discorrer sobre o assunto é chover no molhado. Para ilustrar melhor o problema, volto a uma reportagem da velha Revista “O Cruzeiro” que retrata a solução apontada pela China em 1980, para enfrentar o nascimento indiscriminado da sua gigantesca população.
Aqui no Brasil a questão não é coibir o excesso de nascimentos, mas sim evitar a explosão demográfica da miséria e da conseqüente instabilidade social e violência que ela trás nas suas entranhas. Para tanto, é preciso urgentemente criar uma forma legal de obrigar quem gera filhos no Brasil, assumir a sua paternidade. Em outras palavras: precisamos ter nascimentos com qualidade e não fecharmos os olhos ou incentivarmos as futuras mães sem condições a colocarem crianças no mundo!
Ontem, ou melhor: em julho de 2000, através do panfleto abaixo, eu dava uma visão pessoal sobre esse e o problema da violência na Cidade de São Paulo que começava a extrapolar suas fronteiras. Porém, nenhum cidadão e muito menos o Governo se preocupou em estancar os efeitos perversos dessa ferida. Hoje, outubro de 2011, o resultado aí está: uma cidade a mercê da criminalidade, até infantil, e um país inteiro vivendo sob a sombra negra da incerteza e do medo...
Depois de 189 anos do Grito da Independência dado pelo Príncipe Dom Pedro I “às margens plácidas do Ipiranga”, eu ouvi, finalmente, “o brado retumbante de um povo heróico” ecoar no dia 7 de setembro último, não só na Avenida Paulista, mas em todas as partes desse nosso Brasil enlameado por brasileiros bastardos!
Senti nos senhores e senhoras adultos que ali estavam e, sobretudo na juventude consciente, engajada e vibrante, aquela vontade indomável de fazer algo de concreto para resgatar a imagem manchada desse país “abençoado por Deus e bonito por natureza”.
Baseado no cartaz de uma “caminhada” levada a efeito no dia 13 de maio passado elaborei esta “chamada” para a próxima Manifestação do dia 12 de outubro que tenho certeza será um momento marcante na história moderna da nossa mal amada pátria!